O Pentagrama e seus Significados na Magia

terça-feira, dezembro 02, 2025


Apesar de ter sido popularizado por Pitágoras, o pentagrama é um símbolo aparentemente criado há mais de 3.000 anos, sendo o registro mais antigo encontrado vem da Mesopotâmia (atual Iraque), entre os sumérios e babilônios. 

Os símbolos foram encontrado em tábuas de argila cuneiformes e era tido um sinal mágico de poder e ordem cósmica, não um sistema filosófico.

Se popularizou pelos gregos porque um dos primeiros estudos matemáticos do pentagrama vem de Pitágoras e da escola pitagórica e é um polígono estrelado formado por cinco linhas retas entrelaçadas, gerando uma estrela de cinco pontas.

Durante a Idade Média, o pentagrama entra no simbolismo cristão, como uma forma da Igreja Católica de aderir a cultura pagã para converter mais fieis para a igreja. Ele passa a representar as cinco chagas de Cristo e, por isso, torna-se um símbolo de proteção espiritual (sim, por mais incrível que pareça).

O pentagrama como um símbolo do ocultismo

Agora, o significado do pentagrama como conhecemos hoje, ligado aos quatro elementos da natureza mais o espírito, só surge de fato no Renascimento, entre os séculos XV e XVI, quando ocorre a grande fusão entre o hermetismo, a alquimia, a cabala e a filosofia grega. 

Em outras palavras, é neste momento que se estabelece que as quatro pontas inferiores representam terra, água, ar e fogo, enquanto a ponta superior simboliza o espírito dominando a matéria. 

No século XIX, esse símbolo é incorporado sistematicamente à magia cerimonial por ordens ocultistas como a Ordem Hermética da Golden Dawn. 

Autores como Eliphas Levi e, depois, Israel Regardie organizam o uso ritual do pentagrama para banimentos, invocações elementais e proteção mágica (os traçados que conhecemos hoje e que serão abordados logo abaixo). 

É também nesse período que se consolida a interpretação do pentagrama invertido como símbolo da matéria sobre o espírito.

Porém o "responsável" por organizar esse significado de forma clara foi Heinrich Cornelius Agrippa, em sua obra "Three Books of Occult Philosophy" de 1531.

No século XX, o pentagrama se populariza no mundo inteiro através da Wicca e do neopaganismo, especialmente por meio de Gerald Gardner


Dali em diante, ele passa a ser conhecido pelo grande público principalmente como um símbolo de proteção, espiritualidade natural e ligação com os elementos, embora carregue toda essa longa herança histórica por trás.

O Pentagrama e Vênus

O pentagrama também é um dos símbolos da deusa Vênus, em referência a forma que o planeta Vênus faz de forma natural enquanto orbita pelo espaço. 

O significado de cada ponta do Pentagrama

O Pentagrama e seus Significados na Magia


O pentagrama é a estrela de cinco pontas que representa:

Os traçados de invocação e banimento

O traçado do pentagrama é fundamental porque determina sua função e o tipo de energia que se está atraindo ou repelindo. 

O operador traça a estrela no ar, em visualização ou com um instrumento (normalmente feito com a varinha mágica ou athame), sempre em movimento contínuo, e esse movimento vai definir se o símbolo está sendo usado para invocação ou para banimento.

A regra tradicional é que:

O pentagrama de invocação começa exatamente na ponta correspondente ao elemento que se deseja chamar, enquanto o pentagrama de banimento começa sempre na ponta oposta àquele mesmo elemento. Vou deixar imagens logo abaixo no próximo tópico para ilustrar melhor. 

Existem outras formas de fazer, mas a mais popular é a do Ritual Menor de Banimento do Pentagrama, que se tornou amplamente conhecido a partir da obra de Aleister Crowley. A segunda forma é usando o lado esquerdo do pentagrama para atrair e o lado direito para repelir, mas acho esse método confuso. Faã 

O ato de invocar = atrair

Invocar significa atrair, despertar, chamar ou ativar uma força. Você pode usar quando deseja aumentar, estimular, fortalecer a energia de algo. 

Os pentagramas de invocação são usados para carregar talismãs, ativar forças específicas, estimular qualidades internas como coragem, clareza mental ou sensibilidade, e para estabelecer contato simbólico com as forças elementais.


O ato de banir = repelir

Banir significa dissolver, afastar ou neutralizar uma influência considerada indesejada. Você pode usar quando deseja acalmar, apaziguar, diminuir a energia de algo.

Na prática da magia cerimonial, os pentagramas de banimento são usados principalmente para limpeza espiritual, proteção, abertura e encerramento de rituais e dissolução de influências consideradas desequilibradas.


Banindo e Invocando o Espírito/Éter



Banir o  Espírito / Éter: serve para restaurar os limites do eu, fortalecer o senso de presença no corpo, devolver o foco à vida prática e impedir que a pessoa fique aberta a influências espirituais.

Em outras palavras, é uma forma eficaz de fechar o campo, silenciar o ruído e evitar dispersão, delírio espiritual ou confusão entre imaginação, intuição e realidade. Traz um pouco de "razão" para quem o faz.

Ele também é usado como encerramento de ritual exatamente para desfazer o estado ampliado de consciência e retornar ao estado comum.

Invocar o Espírito / Éter: é o ato de atrair a conexão espiritual serve para elevar a consciência, despertar a percepção espiritual, fortalecer a conexão com o sentido, com o sagrado e com a própria vontade profunda. 

Abre a mente e sensibiliza o chacra do terceiro olho, ou seja, auxilia a abrir um pouco mais a sua mediunidade e se conectar com seus guias e energias espirituais.

Banindo e Invocando a Água


Banir a Água: serve para reduzir a influência das emoções excessivas, das ilusões, da confusão sentimental, da dependência afetiva e da instabilidade psíquica. Traz menos "sentimentos" e  movimento para a questão.

Esse tipo de operação é excelente por exemplo em momentos e situações em que a pessoa está tomada por medo, ansiedade, tristeza profunda, ressentimento, apego excessivo, idealizações irreais ou mesmo por estados de confusão emocional que impedem a clareza mental e a ação consciente.


Invocar a Água: serve para o efeito oposto, é claro! Para atrair sensibilidade, empatia, amor, intuição, capacidade de sentir, imaginar, sonhar e se conectar emocionalmente, para adoçar uma situação... 

Essa invocação pode ajudar a corrigir pessoas ou relações que estão emocionalmente endurecidas, frias, insensíveis, bloqueadas afetivamente ou excessivamente racionais. 

Restaura a capacidade de sentir, de perceber nuances emocionais, de acessar a intuição e de trabalhar com os conteúdos profundos da alma. 

Também é excelente invocar a água para limpeza e para cura, principalmente processos de cura emocional, reconciliação, elaboração de traumas e desenvolvimento da mediunidade ou da percepção sutil.

Banindo e Invocando o Fogo


Banir o Fogo: serve para conter e domar excessos de impulsividade, raiva, agressividade, ansiedade ativa, compulsões, vícios, ego, explosões emocionais e comportamentos autodestrutivos. 

Esse banimento é associado a estados em que a pessoa está “inflamada” por dentro, agindo sem reflexão, dominada por impulsos, desejos incontroláveis, irritabilidade constante, competitividade excessiva ou necessidade permanente de confronto.

Invocar o Fogo: para ativar a vontade, despertar a energia, tirar aquela preguiça, quebrar um pouco o gelo ou a frieza de uma situação, reacender o entusiasmo, fortalecer a coragem, romper a apatia e recuperar o poder de agir. 

Essa invocação só é usada quando a pessoa, relação ou situação se encontra em estado de desânimo, depressão, medo excessivo, passividade, falta de motivação, procrastinação ou sensação de impotência diante da própria vida.

Banindo a e Invocando a Terra


Banir a Terra: ajudar a diminuir o apego excessivo a qualquer coisa, principalmente à matéria, ao controle, à rigidez, ao medo da perda, à obsessão por segurança, dinheiro, status e posse. 

Esse banimento é associado a estados em que a pessoa está excessivamente presa ao concreto, ao previsível, ao medo da mudança, ao acúmulo, à avareza ou a uma necessidade doentia de controle.

Também ajuda a aliviar a peso psicológico causado pelo excesso de responsabilidades, dissolver a identificação total da pessoa com o trabalho, com o corpo ou com o sucesso material. 


Invocar a Terra: é o movimento complementar: significa atrair estabilidade, firmeza, disciplina, estrutura, enraizamento, força física e capacidade de concretizar. Então ajuda a trazer movimento e ações reais para a situação. 

Essa invocação costuma ser usada quando a pessoa ou situação está dispersa, desorganizada, sem foco, sem constância, vivendo apenas no plano das ideias, das emoções ou dos desejos, mas com dificuldade de transformar isso em ação prática.

Banir e Invocar o Ar


Banir o Ar: significa simbolicamente reduzir o excesso de atividade mental, o turbilhão de pensamentos, a ansiedade, a confusão, a obsessão por ideias, o excesso de racionalização e o falatório interior constante. 

Esse banimento é bem-vindo a estados em que a mente ou situação não se cala ou a pessoa vive presa em loops de pensamento, antecipa cenários negativos, analisa tudo compulsivamente e perde a capacidade de sentir, agir ou descansar.

Também é usado para dissolver mentiras internas, autoenganos, discursos obsessivos e padrões mentais que sabotam a clareza e a paz interior.

Invocar o Ar: significa atrair clareza mental, inteligência, lucidez, capacidade de raciocínio, discernimento, comunicação, fala, estudo, aprendizado e compreensão. 

Essa invocação costuma ser usada quando a pessoa está confusa, embotada, com dificuldade de concentração, com pensamento lento, sem criatividade intelectual ou incapaz de expressar o que sente e pensa.

Também é associado à capacidade de aprender, ensinar, dialogar, compreender símbolos e entender situções ou conceitos difíceis.

Como usar essas regrinhas?

Em seus feitiços, rituais e encantamentos, para energizar objetos, banir energias negativas de um lugar, consagrar talismãs e amuletos, direcionar energias para determinada pessoa, tem MUITOS usos, de infinitas formas. 

Concluindo:

Quando falamos em traçar, invocar ou banir os elementos no pentagrama o ato de "banir" não significa destruir, e "invocar" não significa simplesmente atrair sem critérios. 

Banir é retirar excessos, encerrar ciclos, limpar confusões e restaurar limites. Invocar é ativar potências, despertar qualidades, fortalecer aspectos específicos para ajustar as energias de um feitiço, ritual, pessoa, relação, situação. 

O pentagrama funciona como uma ferramenta de ajuste fino entre excesso e carência, entre impulso e controle, entre dispersão e rigidez. O equilíbrio de forças é o que trabalhamos aqui!

E é tudo que tenho para vocês por hoje! Não deixe de ler os posts do guia para auxiliar seus estudos.

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📝 Postado por Gabi

Sou a fundadora deste cantinho especial chamado Grymora, desde 2020. Taróloga e bruxa natural apaixonada pelo mundo da escrita desde 2008.



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